“Precisamos baixar a cabeça e dizer o seguinte: quanto à ética, à integridade e à transparência, nós pecamos”, diz Olga Pontes, chefe de compliance da Odebrecht
“Precisamos baixar a cabeça e dizer o seguinte: quanto à ética, à integridade e à transparência, nós pecamos”. O mea culpa é feito por Olga Pontes, chefe de compliance da Odebrecht, ao detalhar as transformações que vêm sendo realizadas na empresa, principalmente no setor de investigações internas.
Segundo Olga, que diz ser um “sonho de consumo” comandar o setor de conformidade da empresa, a Odebrecht tem aprendido como se livrar da má imagem com “notáveis”, como executivos mundiais da Shell e Siemens, empresas que passaram por crises em sua governança, e professores da Universidade de Harvard.
“Quanto à ética, à integridade e à transparência, nós pecamos. Mas estamos abertos a ouvir desses notáveis sobre as melhores práticas, pois isso é uma transformação: ouvir, absorver, adaptar à nossa realidade e implementar de forma sustentável, pois recortar e colar não adianta”, declarou Olga em entrevista ao Portal JOTA.
A Odebrecht colaborou com as autoridades brasileiras tanto no âmbito penal, com a delação de 77 funcionários e o acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal, quanto no administrativo, com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).
“Foi a colaboração do fim do mundo, mas que do fim do mundo não teve nada, estamos aqui ainda. Mas foi intensa, profunda e detalhada”, afirmou a chefe de compliance. Olga Pontes acrescenta que a empresa ainda busca fechar mais acordos, seja com órgãos brasileiros, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ou com outros países, como Colômbia, Venezuela e Argentina. “Sem dúvidas as delações atingem hierarquias do escalão político desses países”, confirmou.
Leia a entrevista na íntegra: http://bit.ly/2sadBsT
Fonte: Jota